O início da carreira solo de Devin

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Em 1998, após o lançamento de “No Sleep 'Til Bedtime”, álbum ao vivo do Strapping Young Lad gravado na Austrália, Devin volta ao estúdio para gravar seu primeiro álbum solo, “Infinity”. Na verdade, esse álbum é o resultado de uma internação em um hospital psiquiátrico em 1997. Devin estava passando por um momento ruim em sua vida pessoal, com problemas existenciais que o fizeram acreditar que seres humanos eram apenas “pedaços de carne rosa que fazem barulho” (que mais tarde serviu para dar nome a música “Noisy Pinkbubbles”). Durante a internação, Devin foi diagnosticado com bipolaridade, o que serviu de explicação para si mesmo a respeito dos extremos que ele buscava ao compor material novo.


“Infinity” é considerado por Devin como seu melhor álbum solo até o surgimento de Ziltoid. Gene Hoglan gravou as baterias do álbum, enquanto Devin fez quase todo o resto do trabalho gravando vocais, guitarras, baixo e teclado. No geral, “Infinity” vai desde canções mais comerciais, outras mais progressivas e algumas influenciadas até mesmo por musicais da Broadway. Algumas dessas músicas até hoje integram o repertório de seus shows, como a instrumental “Truth” e a cômica “Bad Devil”. A faixa “Christeen” foi escolhida como single do álbum e ganhou um vídeo um tanto quanto tosco. Mas a música em si é sensacional e mostra um Devin buscando sonoridades mais acessíveis mesmo.


A turnê de divulgação do álbum foi realmente interessante: Devin dividiu o set em duas partes, primeiro com material de “Infinity” e do álbum do Ocean Machine, seguido por um set só com músicas do Strapping Young Lad. O próprio pessoal que integrava o SYL acompanhava Devin na primeira parte do set. Apresentações totalmente únicas que qualquer fã gostaria de ter assistido. A turnê ainda deu origem ao álbum ao vivo “Official Bootleg”, gravado inteiramente no Japão. Junto do álbum ao vivo, foi lançado também o VHS “Official Bootleg Video”, possivelmente uma das maiores raridades para os fãs de Devin hoje em dia. O home video trás registros da apresentação no Japão que resultou no álbum e gravações de uma perfomance acústica em Vancouver, Canadá. O único detalhe, é que todas essas gravações são incrivelmente caseiras e de baixa qualidade, mas ainda assim, transmitem bem a sensação do que eram as apresentações da banda na época.



Em 1999, Devin teve a ideia de reformar seu projeto com Jason Newsted, que deveria chamar-se Fizzcist. Mas devido a agenda cheia do Metallica, Jason teve que pular fora do projeto e Devin compôs todo o material sozinho. O álbum recebeu o título de “Physicist” e é o único álbum solo de Devin gravado inteiramente pelo Strapping Young Lad. O álbum possui uma sonoridade bem mais pesada que “Infinity”, com claras influências de Thrash Metal. Mas ainda assim, nada salvou o álbum de ser um fracasso: ninguém ficou contente com a mixagem de “Physicist” e o próprio Devin considera o seu pior álbum solo. Ainda assim, ótimas composições fazem parte desse álbum, como “Namaste” e a recentemente regravada “Kingdom”. 


Após “Physicist”, Devin acreditava que muitos fãs poderiam cair no ostracismo através do álbum, optando por fazer algo mais honesto e pessoal no próximo trabalho. Certa vez, dirigindo pelo Canadá, Devin decidiu que a melhor ideia seria gravar um álbum mais introspectivo e que homenageasse sua terra natal. Surge assim o absurdamente fenomenal “Terria”, um dos clássicos absolutos do músico. O álbum foi lançado em novembro de 2001, e possui uma sonoridade mais melódica e atmosférica. É uma álbum que varia bastante entre momentos calmos e outros mais pesados. Canções como “Earth Day” e “Deep Peace” tornaram-se clássicos do repertório hoje em dia. Apenas Gene Hoglan foi mantido para as gravações, mas durante a turnê mais uma vez a formação do SYL caiu junto na estrada, mas agora optando por tocar músicas da carreira solo e do SYL todas misturadas em um único set. 



Em 2002, o Strapping Young Lad decidiu que era o momento de gravar um novo álbum, já que o último lançamento com faixas inéditas ocorreu em 1997, com “City”. E isso é o assunto que abordaremos no próximo post. Mas deixo vocês, enquanto isso, com essa performance do SYL em 2002....


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