Metal Classics: Mercyful Fate - Don't Break The Oath

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012


por Delmar Borba


Bom, hoje vamos falar de um dos discos mais históricos e influentes da história do metal: “Don’t Break The Oath”, do grande Mercyful Fate.
A banda foi formada das cinzas do Brats com os guitarristas Michael Denner e Hank Shermann, do Black Rose, de onde veio o fabuloso vocalista King Diamond, e do Danger Zone, de onde veio o baixista Timi Hansen e o baterista Kim Ruzz, que até então era carteiro. Formada na Dinamarca em 1981, a banda logo no ano seguinte já lançou seu primeiro EP auto-intitulado e em 1983 seu primeiro Album, “Melissa”, que causou furor e uma certa estranheza na cena, pelo estilo vocal do diabólico King Diamond, cheio de falsetes e notas extremamente altas, algo que aos ouvidos desavisados causa certa estranheza realmente, mas que contribui imensamente para as harmonias das guitarras e para o clima fantasmagórico que ronda a banda e suas letras. 
  
Don’t Break The Oath” foi lançado em 7 de Setembro de 1984 e foi muito aclamado pelos fãs que, em sua maioria, o consideram o melhor da carreira da banda, opinião da qual eu pessoalmente compartilho. O trabalho rendeu a banda a primeira visita aos EUA em sua tour de divulgação, porém essa visita também renderia problemas a banda que culminariam na dissolução do Mercyful Fate ao término da tour. A verdade é que o guitarrista Hank Shermann se deslumbrou com o estilo de vida americano e nas reuniões para a gravação para o que seria o próximo disco, se disse infeliz com o direcionamento musical da banda. Ele apresentou uma fita-demo para King Diamond que o vocalista nem ao menos teve coragem de apresentar ao resto dos integrantes, reunindo-os e resolvendo assim o término das atividades da banda, fato que perdurou por longos 9 anos, até a reunião da banda, mas isso é outra história.
Temos aqui uma verdadeira obra de arte satânica, considerada por muitos uma das principais influências para a criação do Black Metal, por conta de suas letras que são um verdadeiro culto ao Satanismo, do qual King Diamond é profundo apreciador, sendo até mesmo membro da Church of Satan de Anton Lavey, o qual conheceu pessoalmente durante a passagem da banda pelos Estados Unidos, realizando assim um de seus maiores desejos.
O disco começa com um clássico absoluto, “A Dangerous Meeting”, com um dos melhores riffs da história do heavy metal e uma linha vocal histórica de King Diamond em uma das melhores músicas (se não a melhor) da banda e do vocalista em toda sua carreira. Na sequência vem “Nightmare”, com seu início apenas com baixo e bateria, novamente com destaque ao vocal, notas extremamente altas e mais ao fundo que os instrumentos, parecendo um fundo de teclado, com suas melodias perfeitamente encaixadas. O trabalho de guitarras nessa música também se destacam, assim como em todo o álbum, com melodias e peso perfeitamente balanceados.


Depois temos “Desecration of Souls”, com um inicio que lembra vagamente Venom e depois cai em uma levada de metal tradicional, com os vocais com bem menos falsetes e lembrando o timbre da voz normal de Rob Halford, do qual King Diamond é grande fã (e quem não é?). Perfeita! E os solos? A dupla Sherman/Denner estava mais inspirada que nunca, sempre intercalando os solos, aqui fazem um trabalho espantoso e impecável, digno de faze-los entrar para o seleto grupo das duplas insquecíveis de guitarristas de heavy metal, não tem como descrever com palavras o que esses dois fazem nesse disco e principalmente nesta música... Sensacional!
O álbum segue com “Night of the Unborn”, com um riff inicial mais uma vez esplêndido e uma letra mais que explicitamente satânica, e uma linha de baixo bem destacada e pesada.
Depois vem “The Oath”, com teclados tétricos e na mais pura escola Black Sabbath, com o som de uma tempestade ao fundo, começa com uma verdadeira invocação ao demônio proferida por King Diamond, tem uma letra (como não poderia deixar de ser depois de uma introdução dessas) que é como se fosse uma oração às forças do inferno, com uma linha melódica intensa e bem pesada lembrando em algumas partes Iron Maiden, e os vocais mais uma vez se destacando em meio a massa sonora.


Gypsy” é a próxima, com mais groove, mas não deixando o peso cair um segundo, é um dos destaques do disco, com o baixo aparecendo mais uma vez um pouco mais, com uma levada que prende o ouvinte. O Emperor lançou na época do clássico “In The Nightside Eclipse”, um cover perfeito dessa música que vale a pena dar uma conferida também.
Depois temos “Wellcome Princess of Hell”, que começa mais cadenciada e vai crescendo gradualmente com King Diamond comandando a melodia durante toda musica, com uma levada que ao vivo ficaria perfeita. Emendada por uma curta instrumental só com guitarras, que mostra toda a capacidade da dupla de guitarristas em criar com facilidade melodias ricas e belas, dois monstros! Emendando imediatamente no maior clássico da banda “Come to the Sabbath”, um hino absoluto, com a letra misturando bruxaria com satanismo, onde ele cita Melissa, nome do primeiro disco da banda e também o nome de um Crânio humano verdadeiro que King Diamond carinhosamente guardava como amuleto e ostentava em suas apresentações ao vivo. Até ela ser roubada e nunca mais encontrada por seu “dono”, King Diamond, que é responsável por todas as letras, tanto do Mercyful Fate quanto de sua carreira solo, fez várias citações e homenagens à Melissa durante a discografia da banda, a qual o próprio diz ter uma relação de afeto que vem de outras vidas...


Excentricidade, competência, carisma e uma voz extraordinária e original fazem parte da carreira deste, que é um dos maiores ícones do Heavy Metal.
LONG LIVE TO THE KING!!!

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