Elizabeth Bathory: A Condessa que inspirou Clássicos

terça-feira, 15 de janeiro de 2013


A Condessa Elizabeth Bathory, nome americano para Erzsebet Báthory, foi uma das mulheres mais perversas e sanguinárias já conhecidas pela humanidade. A Condessa Sangrenta, é como ficou conhecida através dos tempos devido aos relatos que ultrapassam apenas lendas. 

         Fora esse acaso, qual a relação da Condessa junto ao metal extremo? Uma pergunta que possui uma resposta simples: a fascinação de artistas pela musa que originaram clássicos. Bandas como Bathory, Venom, Ghost, Cradle of Filth e muitas outras se inspiraram em seus contos para mostrar ao mundo seus feitios que em suma não eram nada maravilhosos a olhos que não apreciam a arte de Elizabeth.

         O intuito deste artigo é resumir e permitir que o leitor tenha uma ideia de quem fora essa mulher e seus atos, mas claro, iremos retratar alguns dos clássicos durante o artigo.
   
História de Elizabeth Bathory

Elizabeth nasceu em 1560, filha de pais de famílias aristocráticas da Hungria, neste período as forças turcas conquistaram a maior parte do território Húngaro, se tornando campo de batalha entre Turquia e Áustria. Existem autores que consideram esse o motivo de seu sadismo, uma vez que conviverá e tenha presenciado todo tipo de atrocidades quando criança. Um fato que marcou a vida da ainda então não Condessa, fora o fato de presenciar suas irmãs sendo violentadas e mortas por rebeldes durante um ataque a seu castelo. Durante sua infância ficou sujeira às doenças repentinas que destoavam uma intensa fúria e comportamento incontrolável. Fora esses deleites para seus pensamentos mórbidos que surgiriam posteriores, teve sempre uma ótima educação, uma menina excepcional pela sua abrangente inteligência. Húngaro, latim e alemão eram as línguas da qual Elizabeth era fluente.
 
Venom – Countess Bathory


         Aos 14 anos engravidou de um camponês, porém estando noiva do Conde Ferenc Nadasdy, fugiu para não complicar seu futuro casamento; que ocorrera em maio de 1575. Ferenc era um oficial do exército, que ganhou a fama de ser cruel, dentre os turcos. Quando não se encontrava em batalha contra a Áustria, ensinava a bela Elizabeth algumas torturas em seus criados indisciplinados.
         Elizabeth cresceu e quando adulta tornou-se uma bela aristocrata. Em sua presença, não era possível imaginar as tamanhas atrocidades realizadas por aquela atraente mulher, muito menos acreditar que existirá um mórbido prazer em admirar o sofrimento alheio. A agora Condessa Bathory mantinha um rígido regulamento e aqueles que infringiam o mesmo seriam punidos, e por sempre desejar o sofrimento alheio encontrava motivos para aplicar punições de tortura ou até mesmo a morte. Existem vários relatos de seus métodos para tortura, desde enfiar agulhas por debaixo das unhas até mesmo espanca-los até que a morte lhe caísse como um manto. A fama de “vampira” surgiu por a mesma morder e dilacerar a carne de duas criadas.


         Existem também outras lendas que marcaram a infame história de Bathory, onde a mesma se banhava em sangue para permanecer jovem eternamente. Essa lenda se desencadeou quando uma criada puxou seu cabelo acidentalmente ao escová-los, e dizem que a Condessa espancou até a morte, e ao espirrar o sangue em sua mão, se encantou em vê-lo clarear sua pele depois de seco.

Ghost – Elizabeth

         Mas, Elizabeth não estava sozinha durante estas ações macabras, o servo Ficzko, Helena Jo, Dorothea Szentos e Katarina Beneczky acompanhavam a Condessa nesta sanguinária carreira. Não se sabe ao certo qual a participação deste nos atos, mas apenas existem relatos de que os mesmos auxiliavam a Condessa nestes momentos.
         A Condessa em 1585 deu à luz pela primeira vez, uma menina que recebeu o nome de Anna. Ursula e Katherina foram às outras duas filhas de Bathory, concebidas nos nove anos seguintes de Anna. Em 1598, nasceu Paul, o primeiro filho do casal. Pelas cartas enviadas a parentes, a Condessa não levantava suspeita e demonstrava ser uma boa mãe e esposa.
         Klara Bathory, tia de Elizabeth se tornava um dos divertimentos da Condessa na ausência do conde. Klara era uma bissexual assumida, rica e poderosa. A tia sempre possuía muitas raparigas disponíveis para ela e Elizabeth “brincarem”.
         Em 1604 mudou-se para Viena devido à morte de seu marido. Autores informam que deste ponto em diante seus atos se tornaram mais depravados e macabros. Anna Darvulia, que muitos dizem ser suposta amante da Condessa participou dos atos sanguinários e instigou Elizabeth em novos meios de torturas e sadismo em geral. Existem duas torturas que eram o ápice da Condessa e que causava embrulho no estomago de quem presenciasse tamanha atrocidade:
·         Durante o inverno as criadas eram jogadas na neve e banhadas em água fria, congelando até a morte;
·         Durante o verão as criadas eram amarradas e banhadas em mel para que os insetos pudessem devorá-las vivas.

Fora estas atrocidades mais obscenas, as criadas mais indisciplinadas eram marcadas com ferro quente no rosto ou em qualquer local sensível, e chegou a incendiar os pelos pubianos de algumas delas. Uma jaula em seu porão fora construída para deleite de sua perversidade, onde a vítima ficara sendo torturada aos poucos, e que muitas vezes o sangue banhava seu rosto e roupas.

Dissection – Elizabeth Bathory

         Em 1609 Darvulia estava com sérios problemas de saúde e não mais continuou como cúmplice, fazendo com que a Condessa cometesse muitos deslizes. Corpos eram expostos aos redores de sua moradia, chamando atenção dos moradores e autoridades. Em certa ocasião, quando devido a sua fama nenhuma criada queria lhe servir, uma jovem moça da nobreza fora morta pela Condessa e a mesma encobriu alegando suicídio.
         Foram abertas investigações em 1610, referente aos assassinatos cometidos pela Condessa. A Coroa obteve uma excelente oportunidade para confiscar as terras por motivos de dívida do finado marido. Em dezembro do mesmo ano fora presa e julgada. Em janeiro do ano seguinte foi apresentada como prova, anotações escritas por Elizabeth, onde existiam cerca de 650 nomes de vítimas mortas. Os cúmplices foram condenados à morte e Bathory a prisão perpétua.
         Bathory exilada em um aposento em seu próprio castelo, do qual não havia portas e nem janelas, esperou a morte que ocorrera em 21 de agosto de 1614. O seu corpo deveria ter sido enterrado na igreja da cidade de Csejthe, mas os habitantes acharam repugnantes de ter a “Condessa Sangrenta” sepultada na cidade, logo Bathory fora sepultada em Ecsed.

Fotos das ruinas de seu castelo:

 









Elizabeth Bathory e o Metal Extremo
         Elizabeth Bathory influenciou muitos artistas, devido as suas histórias macabras, perversos e o mistério envolto da bela Condessa.
         Artistas não só criaram hinos, mas também obras primas sempre tentando revelar o lado mais obscuro da Condessa, retocado e lapidando detalhes de suas monstruosidades, e o melhor de tudo, é com um ótimo grau de detalhes.
         Conforme comentado no inicio do tópico, existem artistas como Venom, Bathory, Ghost, Dissection e muitos outros que prestam homenagem a Condessa em seus álbuns.
         Mas, caso você queira entender de uma forma mais crônica e conceitual o trabalho de Elizabeth, sugiro então, ouvir os álbuns Dusk and Her Embrace e Cruelty and the Beast, ambos da banda Cradle of Filth. Caso não goste do som da banda, apenas leia atentamente as letras, especialmente das músicas Beneath the Howling Stars e Bathory Aria.

Cradle of Filth – Beneath de Howling Stars

Cradle of Filth – Bathory Aria